Executivo gaúcho assume a vice-presidência da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário
O executivo caxiense e professor universitário Fernando Gonçalves dos Reis foi empossado, na última quinta-feira, 14 de abril, vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), durante solenidade oficial de posse realizada em Brasília (DF). A diretoria executiva, gestão 2016/2018, tem na presidência o executivo brasiliense Pedro Fernandes.
A ABMI é a entidade empresarial de referência do segmento imobiliário. Há 18 anos, desde sua fundação, vem trabalhando seriamente na construção da credibilidade do setor, interagindo com os órgãos públicos no ajuste e na construção de leis que permitam o desenvolvimento da cadeia imobiliária, bem como o crescimento e a qualificação dos serviços de suas associadas.
Reis, que é diretor executivo da Prolar Imobiliária Inteligente, de Caxias do Sul (RS), e presidente da Associação das Imobiliárias de Caxias do Sul (RS), admite a grande responsabilidade assumida e sente-se honrado pela designação do cargo. “Neste setor de atividade, tem-se como produto a habitação. Trabalhamos em prol do bem viver e da qualidade de vida. Identificamos as possibilidades, facilitamos trâmites, garantimos a segurança das pessoas, viabilizamos a realização de um lar. Diante disso, sabemos dos nossos desafios nesta nova gestão na defesa do segmento, visando atender as expectativas da sociedade – e nos empenharemos ao máximo para cumprir com nossa missão”, enfatiza Reis.
No que tange o cenário do mercado imobiliário no Brasil, o vice-presidente da ABMI faz uma análise da situação atual e entende que o mercado vive um novo momento, com valores mais realistas, seja em locação ou vendas, favorecendo o cliente comprador, inclusive investidores, e o locatário. “No último ano, o preço dos imóveis ficou estagnado. Em Porto Alegre, nos últimos 12 meses, o índice de valorização foi próximo de 3% na venda e praticamente zero na locação, tendência que se verifica semelhante no Estado como um todo, porém há regiões em que houve retração”. Segundo Reis, houveram apenas alguns nichos de maior valorização, em regiões específicas de alto padrão ou que tiveram desenvolvimento urbano diferenciado. Em nível nacional, a realidade especialmente do alugueis, nos últimos 12 meses, é diferente, onde se tem uma redução de 11% (de acordo com dados do Fipezap).
Entretanto, para o executivo, essa realidade tende a mudar. Reis salienta que, de modo geral, o ritmo de valorização deve se intensificar nos próximos meses e anos, devido ao aumento nos custos da construção e redução dos lançamentos, se mantendo na medida em que a economia também inicia sua recuperação.
Vale lembrar, ainda, que o desemprego no setor é um fator preocupante, que decorre da crise econômica e financeira no país. Somente em 2015, a indústria da construção civil brasileira fechou mais de 600 mil postos de trabalho. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), foram fechados quase 15 mil postos de trabalho no Rio Grande do Sul, no mesmo ano e no mesmo segmento. Tal processo impactou diretamente o setor imobiliário, uma vez que a cadeia é ampla, envolvendo desde a imobiliária que vende, a administradora do condomínio, a construtora que fez a obra e os diversos empreiteiros subcontratados na execução, bem como o processo que se desencadeia após a entrega do apartamento, que movimenta a indústria moveleira e a indústria de eletroeletrônicos, entre outros.
Sobre a ABMI:
A ABMI é a entidade representativa do segmento empresarial imobiliário, que reúne as melhores imobiliárias e incorporadoras de todo o Brasil, referências nas suas regiões de atuação. Tem como objetivos centrais a representatividade, troca de experiências, o debate sobre questões do mercado e o desenvolvimento de empresas e profissionais do segmento imobiliário. Possui assento na Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), ligada ao Ministério da Indústria e Desenvolvimento do governo nacional.
Para um setor que responde por cerca de 10% da economia do país, a entidade apresenta números significativos. Ostenta R$ 5,5 bilhões de VGV, mais de cinco mil corretores de imóveis e aproximadamente três mil colaboradores em regime CLT. Sob sua administração estão mais de 70 mil imóveis de locação, 200 lojas, filiais e franquias e cinco mil condomínios, atingindo um número aproximado de 200 mil imóveis contidos na sua carteira, que geram aproximadamente R$ 400 milhões em faturamento.
Texto: Roberta Mattana